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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Licença de Jayme Campos foi “armação” e atitude desonesta

Redação 24 Horas News


A gentileza de chamar o economista Luís Antônio Pagot, diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre (DNIT) em seu gabinete no Senado Federal para dizer que estaria se licenciando do cargo – para tratar de assuntos particulares – por 130 dias foi “armação” do senador Jayme Campos (DEM). Essa é, pelo menos, a opinião do deputado federal Wellington Fagundes, presidente do Partido da República em Mato Grosso. “Seria mais honesto da parte dele se viesse aqui e falasse que está fazendo política com isso” – enfatizou o parlamentar, ao destacar que ainda busca uma “saída” para o caso. Pagot é primeiro suplente de Jayme Campos.

Fagundes acentuou que a licença de Jayme, agregado a uma orientação jurídica, “foi de caso pensado” com a finalidade de encurralar o diretor-presidente do DNIT, com quem mantém duras divergências políticas. “Ele poderia ter tirado duas licenças” – observou. A licença forçaria Pagot a optar entre o DNIT e o Senado. Caso não assuma em 30 dias, ficará configurada a renuncia tácita, assumindo o segundo suplente, que é o ex-vice governador Osvaldo Sobrinho, do PTB, atual secretário de Governo da Prefeitura de Cuiabá.

Pagot antecipou neste final de semana prolongado que deverá continuar à frente do órgão, seguindo orientação do governador Blairo Maggi. Primeiro porque considera a questão do espaço político para o Estado como sendo fundamental. No DNIT existem diversos projetos considerados fundamentais para os interesses de Mato Grosso. Segundo porque não teria garantias de retornar ao cargo, se assumisse a suplência. Além do que, se tivesse essa garantia, teria que enfrentar uma nova sabatina no Senado – cuja primeira experiência foi dura, já que o órgão é disputado por todas as bancadas políticas. Na época, Pagot enfrentou fortes resistências e teve que responder a denúncia de ser receber salários irregulares.

“Se ele for mesmo candidato ao Governo, o povo vai julgar essa atitude política” – acrescentou Fagundes, ao participar do programa “Cidade Independente”, da CidadeFM. Fazendo questão de sempre frisar que estava tratando a discussão no campo político – já que mantém amizade pessoal com o senador Jayme Campos, a quem sugeriu certo destrambelhamento “por declarações rompantes” - Fagundes anunciou para sexta-feira próxima uma reunião da base de Governo. Inclusive com a participação dos Democratas, partido de Jayme Campos. A idéia é discutir o assunto e também enquadrar as siglas que ajudaram a eleger Blairo Maggi e que estão no Governo.

A situação na base aliada é pendente em favor de Silval Barbosa, do PMDB, atual vice-governador do Estado. Pelo menos na avaliação do próprio Wellington, que tem procurado ajudar a “carregar” a postulação do peemedebista. Com a decisão de Maggi em não disputar a eleição de 2010, Wellington teve “aprovado” seu projeto para disputar uma das vaga de Mato Grosso no Senado Federal. A outra fica com o Partido dos Trabalhadores. Essa situação, porém, não é unânime. Longe disso! O próprio grupo de Pagot faz gestões para que o partido tenha candidato próprio e faz questão de manter aberto o espaço para uma eventual filiação do juiz federal Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal. Se isso acontecer, dificilmente Fagundes seria candidato ao Senado e teria que arquivar o projeto.

A pauta da reunião de sexta-feira, dia 11, tem contornos de definição. “Queremos que o DEM diga que está pensando” – comentou. Tanto no caso de Pagot quanto em relação a 2010. “Não queremos criar conflitos. Queremos buscar solução” – frisou o dirigente republicano. Ele enfatizou que é orientação do governador Maggi procurar sempre “manter base de sustentação do Governo”. Em suma, o DEM terá que dizer quais os caminhos a seguir. Segundo Fagundes, os democratas têm o respeito do PR, em que pese o apoio a Silval e o projeto dois – que ele não cita, levando apenas em consideração a vontade do governador, que é de ter Silval como candidato, o que ajudou a causar o “cisma” na base.

Fagundes, por outro lado, descartou o uso da tese da “terra arrasada”. Essa tese consiste em Pagot deixar a direção do DNIT para assumir a vaga de suplente pelo período de quatro meses. A vaga no DNIT seria assumida por outro grupo de apoio ao presidente Lula e muitas das obras acabariam paralisadas em Mato Grosso. Inclusive a licitação da duplicação da BR-364/163, ligando Rondonópolis-Cuiabá-Posto Gil. Essa situação causaria revolta popular e a fatura debitada na conta da candidatura de Campos. “Não faríamos isso. Mato Grosso só perderia” – descartou o político.

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