CAOS NA SAÚDE - Enquanto Maggi se diverte, passeando por Mato Grosso e pelo mundo, Governo do Estado deixa pacientes sem remédios há cinco meses. Os mais prejudicados são pessoas idosas e pobres.
Com a crise da saúde explodindo em Cuiabá, ninguém viu o governador de Mato Grosso se preocupar em fazer uma visita aos corredores lotados do Pronto Socorro de Várzea Grande. Os jornais amigos e os jornalistas amestrados dedicam grandes espaços para falar dos folguedos do governador, por Mato Grosso afora, onde curtiu, recentemente, mais Estradeiro, com direito a mais um show de Zezé de Camargo e Luciano, mantendo o seu estilo de governar passeando. A carência dos mato-grossenses mais pobres, todavia, está estampada hoje em reportagem do Diário de Cuiabá. Será que o sofrimento desta gente ocupará Blairo Maggi em algum momento do seu cotidiano de governador bem nutrido?! Confiram a reportagem do Diario e aguardemos pelos desdobramentos:(Página do E)
ALTO CUSTO
Cinco meses de atraso
É o tempo que pacientes estão sem receber alguns remédios da farmácia do Cermac, alguns deles, vitais. MPE vai intervir. Basta aguardar na fila para encontrar pacientes que há meses ouvem a mesma resposta: ‘está em falta’
KEITY ROMA
Da Reportagem
O caos na Saúde pública não se limita aos problemas da esfera municipal. Há cerca de cinco meses uma série de remédios está em falta na farmácia de alto custo do Estado. Portadores de doenças graves vão diariamente ao Centro Estadual de Referência em Média e Alta Complexidade (Cermac) em vão. Sem previsão de reabastecimento, os usuários voltam para casa sem saber sequer quanto tempo terão de esperar pelos remédios, em alguns casos, vitais.
“Tem cinco meses que não consigo pegar o remédio pro meu marido pelo Estado e tenho que comprar. O problema é que a gente vive com um salário mínimo e o medicamento custa R$ 140”, explica a manicure Maria José Costa e Silva, de 60 anos.
O marido dela, que tem 62 anos, sofre de mal de Parkinson e usa o remédio chamado proloda. “Quando fica sem medicação, ele não consegue andar, ir ao banheiro. Ele nem se mexe, fica com o corpo todo travado”, relata.
Nas viagens que faz até o Cermac, Maria recebe sempre a mesma resposta dos atendentes. “Falam que está em falta, só isso. Qualquer outra informação é por telefone, mas que eles também não dizem o motivo de não ter o remédio e nem em quanto tempo deve chegar”, fala.
Para constatar o problema, basta ficar por alguns minutos na fila de entrega de medicamentos na unidade. Vários usuários chegam ao local, mas recebem a mesma resposta dada a Maria. O auxiliar administrativo, Joel Figueiredo, 45 anos, tenta há dois meses retirar na farmácia pública um remédio para a cunhada de 48 anos, que sofre de cisticercose humana - estágio mais grave da doença causada por um verme suíno.
“Ela (cunhada) tem convulsões, sente muitas dores e fica muito mal. O remédio ajuda a controlar a evolução da doença. Enquanto o Estado não dá nem satisfação sobre o que está acontecendo, a gente tem que se virar para poder comprar o medicamento (topiramato 100 mg)”, diz.
O mesmo problema enfrenta o pedreiro Cláudio Miguel da Silva, 71 anos. Com a saúde debilitada e fortes tremedeiras nas mãos, ele pega ônibus toda semana para ir até o Cermac checar se seu medicamento chegou. Após enfrentar a fila, recebe a mesma resposta há um mês: “Está em falta”, conta.
O homem não sabe o nome da doença que possui, mas afirma precisar dos remédios para aliviar as freqüentes dores de cabeça e no rim. “Quando eu trabalhava, conseguia comprar os remédios, mas agora não consigo trabalhar mais. Estou passando uma situação muito difícil”,.
O promotor do Ministério Público Estadual (MPE), Alexandre Guedes, afirmou que o órgão estuda tomar as medidas cabíveis. “A nossa orientação é que cada usuário que precisa do medicamento procure a Defensoria Pública para obter uma liminar. Porém, também vamos tomar medidas para resolver o problema coletivo”.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) não explicou o que está causando a falta de medicamentos de alto custo, informou, por nota apenas, que em 15 dias o estoque estará regularizado.
Fonte Diário de Cuiabá
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