segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Eder volta a ser homem forte do governo após reeleição de Silval
Marcos Coutinho (Olhar Direto)
A despeito de ter sido demonizado por lideranças empresariais enquanto esteve no comando da Secretaria de Fazenda (Sefaz) na era Blairo Maggi (PR), o atual secretário-chefe da Casa Civil, Eder Moraes Dias, volta ser o homem forte da administração estadual sob o comando do governador Silval Barbosa (PMDB).
Quem acompanha os bastidores do Palácio Paiaguás já pôde perceber que Moraes Dias volta a ter o comando do Estado e já age como uma espécie de primeiro ministro entre os demais secretários e tutor do próprio Silval Barbosa, reeleito para o cargo no primeiro turno.
Essa condição já foi observada na primeira reunião do secretariado, quando um extenuado Silval Barbosa passou a palavra para Moraes Dias, que passou a dar as cartas desde então. Bastante articulado, Eder sabe ser eloquente para convencer seus colegas secretários de que ele está dando as cartas, sem nenhum pudor.
Na outra ponta, o secretário de Indústria, Comércio e Minas e Energia, Pedro Nadaf, rói as unhas. Nos bastidores do Paiaguás, até a mais humilde copeira ou o mais simples garçon sabe que Nadaf e Eder são desafetos assumidos.
Mas ambos são muito inteligentes e, apesar da beligerância, vêm demarcando seus territórios de atuação desde a gestão Maggi, onde mantinham seus guetos bem delineados.
Mas Eder quer mais espaço e, por isso, atua forte para obtê-lo na administração Silval Barbosa e, mesmo inconscientemente, já distribuiu suas cotoveladas. Sonha ser candidato a alguma coisa. Isso é fato, mas sabe que, para tanto, precisa de projeção e ficar no ostracismo não lhe é conveninente.
Outro fato a ser resgistrado é que Moraes Dias tem muita coragem e audácia. Tenaz, ele ganhou projeção no governo Maggi quando era o presidente da MT Fomento, agência governamental da gestão estadual. Fez lá um execelente trabalho e articulou com sapiência e destemor para assumir o comando da Sefaz em substituição a Waldir Teis, indicado por Maggi para o Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Após assumir a Fazenda, ele deu um salto ao ganhar a confiança do governador, sobretudo após propor a renegociação da dívida estadual, numa iniciativa polêmica, mas que lhe deu projeção nacional, muito embora a proposta não tenha sido exitosa.
A despeito disso, Eder passou então a bater de frente contra "os sonegadores contumazes". Além disso, passou a ser uma espécie de porta-voz político de Maggi ao fazer enfrentamento contra os críticos de plantão - de jornalistas a políticos de oposição.
Outro mérito do ex-secretário é ter aumentado significativamente a arrecadação do Estado, mesmo que a um custo político elevado, que acabou gerando desgaste para ele (Eder) e para Silval e Maggi. Eder deixou a Sefaz em março deste ano em função das 'rusgas' na pasta e foi remanejado para a Casa Civil, ficando mais próximo de Silval e distante de polêmicas.
Mas foi no enfrentamento de alguns setores que ele foi obrigado a bater em retirada por força das contingências e do período eleitoral, visto que trazia muito desgaste para a administração estadual. E ele se incomodou em ser colocado para escanteio, mas soube esperar na toca, hibernando, para novamente dar a volta por cima na atual gestão.
Durante o período em que esteve no comando do Sefaz provocou a ira na classe empresarial, que reclama da cobrança abusiva de impostos. Tanto que, por causa disso, a Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) contra a alíquota máxima do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aplicada sobre o serviço de energia elétrica, o correspondente a 10% superior do que o previsto nas constituições estadual e federal.
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