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quarta-feira, 25 de março de 2009


Irregularidades são flagradas no Indea

Auditoria detecta falhas no controle de estoques do órgão estadual, como pagamento antecipado por mercadoria que até hoje não foi entregue

A Auditoria Geral do Estado detectou uma série de irregularidades administrativas no Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) que inviabilizavam o devido controle de estoque de produtos adquiridos pelo órgão público e facilitariam possíveis desvios de material. Uma das falhas encontradas foi o pagamento integral de uma aquisição de medicamentos veterinários pelo órgão antes de receber a compra total da empresa fornecedora. Auditores acharam uma grande quantidade de pneus, produtos alimentícios, papéis e alguns móveis armazenados em condições fora da ideal e sem registros contábeis nos documentos do instituto. “Não há desvio. O que há são problemas administrativos”, posiciona o auditor-geral do Estado, José Botelho. Num dos casos flagrados, quatro tipos de produtos veterinários foram adquiridos pelo órgão, mas apenas dois foram entregues pela empresa fornecedora. “Abrimos uma sindicância para saber por que recebemos em menor quantidade e notificamos a empresa responsável, que nos informou o motivo. Dois deles eram importados e tiveram um atraso na entrega”, garantiu o secretário-executivo do Núcleo de Agropecuária do Indea, Edson de Oliveira. A carga não entregue custou aos cofres públicos R$ 17 mil e, segundo o órgão, “chegará em breve”. Oliveira explicou que o Indea possuía um sistema de controle interno que foi trocado após a auditoria, realizada no mês de fevereiro. Ele informou que agora as entradas e saídas de produtos do almoxarifado podem ser acompanhadas pelo sistema da Secretaria de Estado de Administração (SAD). “Recomendamos que o órgão passe a fazer o inventário físico e financeiro de todos os itens adquiridos. Isso fortalecerá o controle dos estoques. As formas de armazenagem também precisam de adaptações, para garantir a conservação dos produtos. A retirada de materiais do almoxarifado deve acontecer com o uso de requisições e a nomeação de responsáveis, o que garante o bom uso do dinheiro público”, frisa Botelho. O secretário do Indea afirma que todas as recomendações da auditoria já foram implementadas, o que deveria ser feito no prazo de 30 dias, a contar de 20 do mês passado. “Terminamos todo o relatório e enviamos para os auditores. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) já conferiu as mudanças”. O auditor geral do Estado declara que a vistoria de rotina será realizada também em outros órgãos. A medida seria uma estratégia de governo para evitar desperdício e conter gastos desnecessários. “Contudo, o Estado não trabalha com grandes estoques, como se pensa. Hoje há a modalidade de registro para aquisições, que é muito mais prática. Acompanha-se o preço dos produtos, e quando há a necessidade o órgão realiza a compra pelo preço mais barato”.

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